São Sebastião é uma freguesia portuguesa do concelho de Guimarães, com 0,45 km² de área e 1 949 habitantes (2001). Densidade: 4 331,1 hab/km². É uma freguesia urbana, formada por ruas já muito antigas (Largo do Toural, Rua de Camões, Rua Dr. Bento Cardoso, Caldeiroa) e por novos arruamentos (S. Francisco, Av. D. João IV).
O Convento de São Francisco de Guimarães, convento masculino da Ordem dos Frades Menores, foi fundado em 1216 por iniciativa da passagem em Portugal de frades franciscanos que aqui vieram pregar. Já no século XIV, os frades receberam a faculdade de pregarem nas igrejas, dedicando-se ao mesmo tempo aos cuidados dos doentes nos hospitais e dos leprosos nas gafarias. A guerra entre o rei D. Dinis e seu filho D. Afonso em 1322, obrigou o monarca a mandar destruir o convento para melhor defender a cidade. O convento só foi reconstruído no início do século seguinte. Actualmente é propriedade privada, a igreja está afecta ao culto. Situa-se na Alameda da Resistência ao Fascismo.
Fábrica de Curtumes da Ramada
Actividade ancestral, e que no concelho de Guimarães mergulha as suas raízes na Idade Média, a indústria de curtumes desde cedo ocupou uma zona específica da cidade que, sintomaticamente, tomou o nome de "Ribeira de Couros". A necessidade de água com abundância ao longo do processo produtivo e, por outro lado, a poluição e os maus cheiros resultantes desta actividade fizeram, com efeito, com que as tradicionais e antigas fábricas de curtumes de Guimarães se estabelecessem ao longo de um pequeno curso de água, afluente do Ave, então às portas da cidade.
A zona da ribeira de Couros possui não só a importância histórica e patrimonial decorrente da ancestralidade e especificidade da sua actividade, sendo elemento incontornável da Memória desta região, mas possui também uma interessante particularidade legislativa: é que esta zona foi classificada como Imóvel de Interesse Público em Julho de 1977, no que constituiu a primeira iniciativa do género realizada em Portugal em torno da arqueologia industrial.
Embora se sugira uma visita a todo o conjunto da ribeira de Couros, a Rota do Património Industrial do Vale do Ave destaca a Fábrica de Curtumes da Ramada, um exemplo significativo em plena laboração, desta actividade multicentenária, onde será possível contemplar mais de perto as diversas etapas desta indústria que, em muitas das suas fases, se reveste ainda de indiscutíveis características manufactureiras.
Igreja Dos Santos Passos, sita no Largo República do Brasil por muitos anos denominado «Campo da Feira», teve origem numa pequena Capela que, à época invocava Nossa Senhora da Consolação e pertença da Real Irmandade de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos, fundada em finais do século XVI, que através do auxilio de Irmãs Hospitaleiras criou um asilo que “recolhia pobres da Vila” e inicialmente situado numas casas junto ao tanque e sabe-se que em paralelo eram ministrados, ao tempo, a instrução primária, costura e bordados e “apoiado pelas esmolas públicas e quotas dos subscritores da Irmandade”.A Igreja é de estilo “barroco”, com uma fachada monumental e redonda, com profusa cantaria, com escadaria de acesso em granito e à época ladeada pelas imagens também elas em granito de São Tiago e São Batorlomeu e na fachada azulejos em berço com a Paixão de Cristo. No interior ao longo de profunda nave, 14 (catorze) quadros emoldurados representando a Via Sacra, em gravuras policromadas francesas do século XVIII, com altares laterais e as imagens do Senhor dos Passos, de Nossa Senhora das Dores, do Coração de Jesus, da Sagrada Família, de São Gualter e São Judas Tadeu e na parte inferior destas duas últimas, imagens “tumulares” de Santo Fortunato e do Senhor Morto. Na capela-mor um retábulo de forma clássica, geométrico e linear, pintado a imitar os mármores e os retábulos posteriores são do estilo “clássico” com janelas e sanefas de estilo “rococó”. Ao longo dos tempos a Igreja sofreu, por várias vezes, obras de conservação, acabando por receber novos painéis de vitrais, assim como um magnífico “carrilhão” que hoje se faz ouvir para gáudio de todos nós vimaranenses e de referir a colocação em meados do século XIX de um “pára-raios” que havia de ser o primeiro instalado em Guimarães e na sacristia uma riquíssima imagem de Nossa Senhora das Dores ou da Piedade.
Com o crescimento do culto a Senhor dos Passos a Irmandade à época, mandou construir e instalou 7 (sete) “capelas” ou “oratórios” denominados de “passos” ou “estações” de devoção à Via Sacra dos quais hoje restam 5 (cinco) espalhados pela cidade representando e localizadas “Jesus cai sob o peso da cruz” no Largo República da Brasil, “Jesus encontra sua Mãe” na Rua Alfredo Guimarães “Cireneu ajuda Jesus” na Rua de Santa Maria, “Jesus despojado das vestes” no Largo da Misericórdia e “Jesus com as mulheres de Jerusalém” no Largo Martins Sarmento, encenações em riquíssima arte sacra deveras apreciadas pelas turistas que nos visitam e a pouco menos de dois anos de Guimarães – Capital Europeia da Cultura e a ter em conta, a necessitarem e a exigirem por motivos óbvios, o seu devido restauro.